Os fundos de investimento mobiliário investem em mercados financeiros regulamentados, nacionais e internacionais, onde são transaccionados diferentes tipos de activos mobiliários, como obrigações ou acções. Podem também fazer aplicações de liquidez através dos mercados interbancários.
Os fundos de investimento mobiliário diferenciam-se de acordo com o tipo de activos em que realizam as suas carteiras, devendo ser classificados em função do prazo de investimento, expectativa de rendibilidade e risco.
a) Fundos de Tesouraria Euro
Os Fundos de Tesouraria Euro realizam a carteira de investimento em activos de curto prazo de emitentes da Zona Euro, estando a sua performance relacionada com a evolução dos indicadores dos mercados monetários de muito curto prazo (a 3 meses, vulgarmente).
Constituem a melhor alternativa para aplicações de curta duração, de 1 a 12 meses, oferecendo uma remuneração equiparável a um depósito a prazo bancário. No entanto, apresentam como vantagens à alternativa bancária a exigência de mínimos de investimento mais reduzidos e uma maior flexibilidade, uma vez que garantem uma liquidez permanente. Os fundos de tesouraria estão, na sua maioria, isentos de comissões de subscrição e resgate, o que permite resgatar a aplicação a qualquer momento sem encargos.
Os títulos de dívida pública do Estado, como Bilhetes do Tesouro, constituem uma parte significativa da carteira destes fundos. O investimento em obrigações, papel comercial e em depósitos à ordem e a prazo também completam as suas carteiras.
b) Fundos de Tesouraria Internacionais
Os Fundos de Tesouraria Internacionais realizam a carteira de investimentos em aplicações financeiras de curto prazo denominadas em divisas. Os fundos de tesouraria constituem soluções de investimento de curto prazo, privilegiando a aplicação no mercado monetário e em depósitos de curta duração.
Os fundos de tesouraria internacionais privilegiam as moedas de economias desenvolvidas, como o dólar americano, a libra esterlina, o franco suíço ou o iene japonês.
Os fundos de tesouraria apresentam um nível de risco médio, uma vez que podem apresentar variações negativas face a uma valorização do Euro relativamente às divisas de aplicação da carteira de investimentos.
O risco cambial pode assumir um especial relevo, ou seja, as variações do valor da UP ocorrem em função das oscilações das divisas em que os activos do fundo estão denominados.
c) Fundos de Mercado Monetário
São similares aos fundos de tesouraria, mas possuem uma maior percentagem do seu património investido em aplicações de curto prazo e de elevada liquidez e em depósitos disponibilizados pelos bancos.
d) Fundos de Obrigações de Taxa Fixa Euro
Privilegiando a política de investimentos de médio a longo prazo, os fundos de obrigações de taxa fixa encontram-se fundamentalmente expostos ao risco de taxa de juro associado às obrigações de taxa fixa, cujo valor se altera em função da variação das taxas de juro de mercado, valorizando-se em caso de descida de taxas de juro e desvalorizando-se em caso de subida.
Os fundos de obrigações de taxa fixa Euro realizam assim a sua carteira de aplicações em títulos de dívida cotados nas Bolsas de Valores da Zona Euro, com a dívida pública a representar geralmente uma grande fatia da carteira de investimento desta categoria de fundos.
e) Fundos de Obrigações de Taxa Fixa Internacionais
Estes são fundos cujo investimento principal é constituído por títulos de dívida cotados em bolsas de valores internacionais, como por exemplo, americanas, europeias (dentro e fora do espaço Euro) e asiáticas.
São fundos que estão sujeitos ao risco de taxas de juro, por via das aplicações de taxa fixa. Podem igualmente estar sujeitos a risco cambial, por investirem em activos denominados em diferentes moedas.
Este tipo de fundo tende a constituir uma alternativa de investimento especialmente atractiva, quando os mercados accionistas atravessam períodos de maior turbulência, surgindo como um investimento de refúgio dos investidores em acções.
O nível de risco das obrigações de taxa fixa internacionais ou Euro, é intermédio, sendo superior ao risco das obrigações de taxa indexada. Constitui uma interessante alternativa de investimento numa expectativa de aforro de médio / longo prazo.
f) Fundos de Obrigações de Taxa Indexada (variável) Euro
Os Fundos de Obrigações de Taxa Indexada constituem as suas carteiras de investimento investindo em obrigações de taxa variável, sejam obrigações do Estado, ou obrigações de empresas da Zona Euro.
Numa emissão obrigacionista de taxa indexada, o rendimento das obrigações varia em função de uma taxa indexante de referência do mercado monetário.
Por exemplo, o indexante normalmente utilizado na Zona Euro é a Euribor a um prazo de 6 meses, uma taxa fixada entre os principais bancos europeus com divulgação diária nos principais meios de comunicação.
A expectativa de rendibilidade de um fundo de obrigações poderá ser próxima da taxa Euribor - 6 meses, sendo o nível de risco reduzido, uma vez que não é normal que se verifiquem variações de grande amplitude. Os fundos de obrigações com melhor performance privilegiam emissões obrigacionistas privadas com níveis de remuneração mais atractivos face aos títulos de dívida pública, embora com um grau de risco ligeiramente superior.
g) Fundos de Obrigações de Taxa Indexada (variável) Internacionais
A grande diferença entre este tipo de fundos e os Fundos de Obrigações de Taxa Indexada Euro, é o seu espaço de investimento. No restante, aplicam-se as mesmas regras.
O nível de risco é igualmente reduzido, sendo que o indexante poderá variar consoante a principal zona geográfica do investimento.
O prazo de investimento mínimo recomendado é de um ano, sendo assim uma boa opção para aplicar o seu património com segurança e liquidez. Os fundos de obrigações de taxa indexada tendem a superar a remuneração dos depósitos a prazo, permitindo um nível de risco muito baixo, com a flexibilidade de um investimento mínimo reduzido e permanente liquidez.
h) Fundos Especiais de Investimento (FEI)
São fundos não harmonizados, isto é, não estão sujeitos às mesmas restrições que os restantes fundos, tanto no que se refere ao tipo de activos que podem integrar a sua carteira como ao peso que cada activo pode ter. São dirigidos a investidores específicos, definidos nos documentos legais do fundo (prospectos e regulamentos).
As carteiras destes fundos podem integrar valores mobiliários, liquidez, derivados e outros activos (avaliados de forma periódica) que:
- Sejam bens duradouros,
- Não sejam prédios urbanos e rústicos
- Tenham um valor definível
- Não resultem directamente da exploração de actividades agrícolas
Devem obedecer ainda aos seguintes requisitos:
- O nome do fundo deve identificar e limitar a política de investimentos;
- A carteira do fundo deve ser principalmente composta pelo tipo de activos referidos no seu nome;
- A subscrição deve ser feita através de um boletim de subscrição aprovado pela CMVM, onde deve conter uma menção ao risco inerente ao fundo.
i) Fundos de Acções Nacionais
Constituem as suas carteiras de investimento investindo em acções nacionais cotadas na Euronext Lisboa. A rendibilidade destes fundos é função directa da performance dos índices accionistas, como o PSI-20.
Numa perspectiva de investimento de longo prazo, os fundos de acções apresentam uma boa perspectiva de rendibilidade, no conjunto das alternativas existentes. No entanto, é possível que em alguns períodos de descida do mercado accionista, os fundos de acções registem menos-valias. O investidor deve assim estar consciente do potencial de valorização do seu património, mas também do nível de risco que está disposto a assumir.
O diferencial de rendibilidade entre os diferentes fundos de acções é bastante relevante, sendo aconselhável uma avaliação prévia da performance dos fundos com melhor rendibilidade histórica.
j) Fundos de Acções Euro
Os fundos de acções Euro investem em acções cotadas em bolsas de valores da Zona Euro. São caracterizados pela sua nula exposição cambial, dado que na sua totalidade, os títulos constantes nos seus portfolios são denominados em Euros.
Este tipo de fundo tende a ser menos volátil que os fundos de acções nacionais, dado que os seus investimentos envolvem geralmente uma globalidade muito superior, quer pelo número de títulos, quer pela diversidade de países.
Tal como os fundos de acções nacionais, os fundos de acções Euro constituem-se como boas oportunidades de investimento de longo prazo.
k) Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega
Estes fundos caracterizam-se pelo investimento em activos de bolsas de valores dos 25 países da U.E., da Suíça e Noruega. Ao contrário dos fundos de acções Euro, estes podem incorporar algum risco cambial, dado que nem todos os países têm o Euro como moeda corrente.
l) Fundos de Acções Internacionais
Os Fundos de Acções Internacionais investem em acções cotadas em bolsas de valores internacionais. Normalmente, os fundos de acções internacionais especializam-se em determinadas bolsas de valores, como por exemplo as dos Estados Unidos, da Ásia ou de Mercados Emergentes. Podem ter também uma perspectiva global.
Os indexantes de referência são os índices bolsistas dos mercados onde o fundo de acções estiver a investir. Por exemplo, para um fundo internacional especializado em acções dos EUA, a referência deverá ser o Índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Estes fundos, ao investirem em mercados fora da Zona Euro, incorporam risco cambial. Uma desvalorização do euro face às moedas em que estão investidos os activos do fundo vai representar uma mais-valia adicional, enquanto uma valorização do euro significa uma menos-valia a abater à valorização da carteira de investimentos.
Os fundos de acções internacionais surgem como uma oportunidade de investimento de longo prazo, tal como sucede com os restantes fundos de acções.
O diferencial de rendibilidade que os fundos de acções apresentam justifica uma análise atenta da rendibilidade histórica dos fundos, da composição da carteira de investimento e perspectiva de evolução dos mercados de capitais de referência.
m) Fundos Mistos
Os fundos mistos investem simultaneamente em acções e obrigações. Este tipo de fundo, quer seja predominantemente accionista ou obrigacionista, tem um elevado potencial para surgir como um bom compromisso de risco e rendibilidade, devendo ser considerado como uma aplicação de médio/longo prazo para investidores que apostam em rendibilidades superiores, sem no entanto correrem um risco demasiado elevado, face a uma aplicação em obrigações.
Os prospectos de um fundo misto devem indicar claramente se este investe predominantemente em acções ou em obrigações, e quais os limites ao investimento em cada classe de activos.
Os fundos mistos predominantemente de obrigações gozam de uma maior flexibilidade face aos fundos de obrigações tradicionais, dado poderem ter componentes accionistas nas suas carteiras, promovendo rendibilidades superiores e um grau de diversificação bastante alargado.
Nos fundos mistos predominantemente de acções, o risco incorporado é na sua maioria o dos mercados accionistas da área geográfica que o fundo privilegia, beneficiando também da diversificação que a componente obrigacionista, embora reduzida, possa ter.
n) Fundos Flexíveis
Os fundos flexíveis têm, ao contrário dos fundos mistos, liberdade para mudar em qualquer altura a distribuição por classes de activos da sua carteira. Por outras palavras, um fundo flexível não se compromete com limites mínimos ou máximos de investimento em acções ou obrigações, podendo, p. ex., estar num momento totalmente investido em obrigações e, passados uns meses, ter apenas acções na sua carteira.
A decisão da composição da carteira cabe ao gestor, o qual pode, a cada momento, investir nos activos que lhe apresentem melhores perspectivas de valorização. Estes fundos são, contudo, fundos harmonizados, pelo que só podem investir em valores mobiliários, instrumentos do mercado monetário e instrumentos financeiros derivados. Não podem, p. ex., investir em mercadorias, imóveis, moedas ou obras de arte. Terão ainda que respeitar as regras de composição de carteiras no que respeita à concentração por emitentes (p. ex., a exposição a um mesmo emitente não pode, por regra, ultrapassar 5% do património do fundo).
o) Fundos de Fundos
Os fundos de fundos investem em unidades de participação de outros fundos de investimento. A principal vantagem consiste no potencial de diversificação de risco por tipo de activos que os fundos de fundos permitem, uma vez que podem combinar num mesmo produto aplicações em acções com obrigações ou monetário, de acordo com o tipo de fundos que privilegiem para constituir a sua carteira de aplicações. Um fundo de fundos tem a flexibilidade suficiente para reagir à evolução dos mercados financeiros, procurando sempre o melhor compromisso de risco e rendibilidade.
Ao investir em fundos de fundos é importante avaliar a sua política de investimentos, que determina o nível de risco e potencial de rendibilidade. Por exemplo, um fundo de fundos que componha a sua carteira com 80% de fundos de acções tem um perfil de risco superior face a um fundo com uma carteira com 80% de fundos de obrigações.
Os fundos de fundos surgem como uma opção de investimento de médio ou longo prazo, de 12 meses a 3 anos. São uma solução de investimento atractiva para quem deseje constituir uma poupança diversificada, aceitando o risco definido pelo tipo de fundos em carteira.
p) Fundos de Capital Garantido
Estes fundos têm geralmente prazo de vencimento pré-definido, sendo o investimento inicial garantido nessa data pela sociedade gestora. Regra geral, só os subscritores que se mantenham desde o início ao fim do prazo de duração do fundo têm o seu capital garantido. Todas as subscrições e resgates ocorridos entre essas datas estarão sujeitos às oscilações próprias dos mercados em que investem.
A sua valorização está em regra associada ao desempenho de um benchmark, que poderá ser uma carteira de índices, de acções, de fundos ou uma taxa de referência.
Eventualmente, a sociedade gestora pode optar por prorrogar a duração inicial do fundo.
q) Fundos de Poupança Acções (FPA)
Os Fundos de Poupança Acções (FPA ou PPA) realizam a carteira de investimentos em acções cotadas na Euronext Lisboa, exigindo-se que a componente de investimento em acções atinja um mínimo de 50% do valor da carteira. Desta forma a performance dos PPA está directamente relacionada com a evolução dos índices bolsistas da Euronext Lisboa.
Ao realizarem a carteira em acções, os PPA são um investimento com um nível de risco elevado mas com um bom potencial de valorização. As acções constituem a fórmula de investimento mais rentável no longo prazo nos mercados de capitais desenvolvidos, adequando-se assim a um prazo de aplicação como o proposto pelos PPA, que é de 6 anos.
r) Fundos de Poupança Reforma (PPR)
Os PPR são planos de médio/longo prazo dedicados a poupança da família que podem permitir atractivas taxas de rendibilidade para os seus investimentos. Este produto serve como um complemento para a reforma e despesas com a educação (em curso do ensino profissional ou do ensino superior) dos membros do agregado familiar.
Este produto permite-lhe, ainda, obter liquidez em situações de urgência que afecta directamente o titular do contrato ou qualquer um dos membros do agregado familiar.
s) Agrupamentos de Fundos
Os agrupamentos de fundos são constituídos por um conjunto de fundos de uma mesma sociedade gestora. Caracterizam-se por englobarem um universo de fundos pertencentes a diferentes categorias, com perfis de risco e rendibilidade variados.
Os agrupamentos de fundos garantem ao investidor a flexibilidade de organizar a composição de um portfolio de activos, com diferentes níveis de risco e rendibilidade, podendo alterar a sua composição sem ter que suportar qualquer custo adicional em termos de comissões de resgate ou subscrição. São uma forma de o investidor poder ajustar o seu portfolio de investimentos às condições dos mercados financeiros, sem incorrer em custos de transacção.
Nota: Apesar de não comercializar nenhum Agrupamento nos termos instituídos pela CMVM, a GNB Gestão de Ativos, Grupo novobanco possibilita, exclusivamante aos clientes do novobanco, a transferência entre diversos dos seus fundos mobiliários sem que seja cobrada quaisquer comissões de resgate ou de subscrição (excepção apenas para o NB Estratégia Activa). Os fundos que fazem parte do "Agrupamento Operacional de Fundos" (AOF) da GNB Gestão de Ativos, Grupo novobanco estão assinalados no Quadro de Condições Comerciais, bem como nos Prospectos Completos.
t) Fundos de Investimento Imobiliário Aberto
São fundos cuja carteira é constituída essencialmente por imóveis, contituindo uma aplicação de médio prazo, com elevada segurança e potenciando uma rendibilidade superior aos tradicionais produtos financeiros. Podem desenvolver as seguintes actividades:
- Aquisição de imóveis para revenda, arrendamento e outras formas de exploração onerosa;
- Projectos de construção de imóveis com o objectivo de desenvolver uma das anteriores actividades.
u) Fundos de Pensões
Tratam-se de fundos destinados à constituição de complementos de reforma. Tal como os fundos de investimento mobiliário podem assumir vários tipos de risco. Contudo, os fundos de pensões, pelas suas características intrínsecas, só permitem o levantamento dentro das condições previstas na Lei e no respectivo Regulamento de Gestão, nomeadamente:
- em caso de doença grave ou incapacidade permanente para o trabalho;
- em caso de desemprego de longa duração;
- em caso de doença grave ou incapacidade permanente para o trabalho.